26 de set. de 2012

Hoje queria escrever um texto e acabei escrevendo você.

Hoje eu queria escrever um texto que não me fizesse sorrir. Um texto que não tivesse seu nome nas entrelinhas, e seu cheiro em cada reticência… Queria um texto breve, curto, conciso, mas tudo em você é imensidão. Como escrever um texto menos você se está em tudo? Como escrever sem borrar a folha com minhas lágrimas, sem sentir seu gosto na minha boca, sem rabiscar as palavras apavorada? Como escrever assim? Como viver se você é a poesia que transborda de mim? Hoje eu só queria paz o suficiente para falar acerca da guerra, sutileza necessária para falar de morte, mas minhas palavras desviam do caminho e escrevem sobre você. Meus textos ganham vida, e essa vida tem a forma do seu corpo. Minhas palavras saltam da folha e acariciam meu rosto, me beijam, me dominam e gritam! Gritam seu nome, gritam que nada que eu fizer vai fugir da sua presença. É como se você estivesse aqui, não estando, me atrapalhando e tirando minha concentração. Como se nossas mentes se encontrassem, e com suas mãos você me guiasse, a escrever sobre nós.

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