26 de set. de 2012

Eu não tenho um barco, disse a árvore


Lembra quando você me perguntou se eu gostava mesmo de você? Fiquei sem graça, meio chocado pela espontaneidade da pergunta, achando tudo muito súbito e sem contexto. Daí eu vacilei uns segundos e disse, sem pensar muito, que sim.
Mas, eu juro, eu achava que gostava mesmo de você. Eu achava que você era a mulher da minha vida e nunca cogitei a possibilidade de eu não ser apaixonado por você. Mas você perguntou e eu parei pra pensar se gostava mesmo de você.
Ana, quando você me liga eu atendo sem expectativas, sem emoções. Quando eu te vejo não sinto meu coração disparar e quando você me beija o único calor que sinto não surge no peito. Não me arrepio com seus toques. O ciúme que eu sinto vem do medo de ser traído, vem do meu próprio orgulho e não do medo de te perder. Ana, eu não sorrio quando penso em você. Você é uma memória gostosa, sua companhia me faz bem, só que é o bem que qualquer outra mulher me faria.
Eu não gosto mesmo de você. Não me vejo casado com você e sinto agora, entenda, só agora, que esses anos juntos foram um desperdício. Mais assustador ainda é pensar que eu gastaria minha vida inteira ao seu lado sem nunca cogitar o que sinto por você. 
Talvez daqui uns anos eu perceba que tô fazendo uma bobagem, mas agora eu não quero mais ficar com você. Quero encontrar alguém que me faça sorrir só de lembrar, que aqueça não só minha cama, mas também meu peito. Quero alguém pra enrugar junto e feliz.
Me desculpa a sinceridade, Aninha, mas é que quero seu bem. Boa sorte na sua vida.

Portuária


aqueles textos que encontramos por ai ~~ 

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