26 de set. de 2012

Não me chame de gostosa


É fatigante se sentir um objeto, um pedaço de carne ou mercadoria diante olhos famintos. Voltamos a época do ‘quanto vale ou é por quilo?’ aos olhos machistas.
Não dei o direito a ninguém para analisar meu corpo, seja lá qual a roupa que visto. Não me trate como vitrine para seus desejos malditos.
Onde foi parar o cavalheirismo? Onde um favor era pago com agradecimento, e jamais com um corpo? Onde estão os homens de verdade que pensam menos em cerveja e sexo e mais em romantismo?
Perdi o direito do ir e vir por meia dúzia de bandidos que acreditam serem donos e tudo, e todas. Quando foi que meu corpo se tornou convite para violação?
É hediondo, é injusto e vergonhoso. Não sou sua, querido. Não sou posse. Sou mulher, e não um brinquedo que você goste.
Não me chame de gostosa, por favor. Não colei uma etiqueta na minha testa, muito menos um preço na minha moral. Não me chame de objeto.
Não estou pedindo homens puros e castos. É só questão de respeito. E não de peito.
Severina.

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